quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Para Além da Imagem Trans.


Na tentativa de “entender” as diversas possibilidades de vivencia da diversidade sexual e identidade de gênero, algumas pessoas, se valem de imagens mentais, como linguagens simples que levam a um fácil entendimento do que se passa na Psiquê dessas pessoas. Talvez se analisássemos essa imagem mental para além do transsexualismo poderíamos entender também as demais possibilidades.



O transsexual é mais que o trans-homem, e a trans-mulher, esse ser também vive suas sexualidades, que podem ser tão complexas quanto a própria transsexualidade. Quero dizer com isso que diante da auto-imagem que é criada essa pessoa ainda se defronta com outras definições, em outras palavras, um trans-homem terá além de lidar com um corpo de mulher, sendo homem e entender que este homem poderá ser gay, bissexual, e ainda hétero. Igualmente uma Mulher trans ou Trans-mulher, que sendo mulher, além de ter um corpo de homem, terá ainda de lidar com o fato de que essa mulher, pode tanto ser hétero, homo ou Bi.

Lidar com o Gênero e a Identidade de Gênero como duas nuances diversas, não tem sido comum, e poucos vêem dessa forma, mas por mais que pareça complicado, complexo, e etc... Não há outra forma. Acrescento ainda a Orientação sexual. Ora que não são a mesma coisa, e é preciso que isto fique bem claro.

São conceitos difíceis muitas vezes para quem está “vendo de fora”, e igualmente podem ser para quem os vivencia, ou ainda mais. Sobremaneira porque o olhar do outro para com toda essa complexidade é ainda mais arredio, causando transtornos ainda maiores a estes muitas vezes que aos companheiros homossexuais.


No entanto, não é minha intenção bipartir a temática, ao contrário, intento aqui, visibilizar a sensibilidade com que é necessário olhar para toda o arcabouço de limitações com que se é preciso lidar, e assim evitar essa bipartição, isto porque o pior que pode ocorrer a uma minoria é se tornar ainda menor, ou se digladiar entre si, dando motivos a seus opositores, para reforçar suas teses de repúdio e discursos de ódio.

Eliene A Costa, 
Sete Lagoas, 27 de novembro de 2013.

domingo, 27 de outubro de 2013

CONSTRUÇÕES SOBRE BINARIDADES SEXUAIS.

Ao pensar sobre as questões de gênero e orientação sexual, nos diversos nomes em  evidência, tais como João Nery, Léa T, enquanto tantos se digladiam em suas moralidades pessoais ou institucionais sobre o assunto, não consigo deixar de pensar no quão emblemático é a despeito dessas problematizações e não menos importante seria trazer a tona a questão da identidade sexual também, muitas vezes inclusive confundida com as questões anteriores.
 
Para ilustrar melhor esta questão trago a tona a imagem de Tereza Brant, que tem ganhado evidência e polemizado inclusive as discussões sobre transgeneralidades, isto porque Tereza Brant escancara pra todos nós que nossas construções de feminino e masculino são fracassadas, apesar de não sabermos viver sem elas. Ao olhar para Teresa, somos imediatamente levados a pensar em um homem, mas ela não se define assim, Tereza é Tereza, mulher, apesar do desejo pela cirurgia de mastectomia masculinizadora e da construção de uma imagem a partir dos atributos de um rapaz.

O que torna a imagem de Tereza Brant, emblemática é a construção e as desconstruções que precisamos inevitavelmente fazer para aprendermos a lidar com Tereza, e as diversas “Terezas” menos visíveis que se impõem diante de nossas moralidades sociais. Ela grita silenciosamente, que precisamos repensar até mesmo as políticas públicas que estamos criando, evidencia que precisamos mesmo, talvez, não apenas pensar LGBT, mas orientação, identidade, e também Binaridades. Tereza trás no simples fato de existir, a proposta de importantíssimos debates e nos conclama em sua visibilidade preciosa a “pensar fora da caixinha”.

Tereza pode até parecer um “tiro no pé” do segmento Trans, por não se afirmar enquanto homem, mas a bem da verdade ela é um presente na luta, não apenas de um segmento, mas da não sedimentação, ou melhor, de uma luta pelo direito de ser, quem quiser ser, de se afirmar fazendo-se e refazendo-se a partir de sua construção de identidade binária. O incoerente não é Tereza mas nossa necessidade de padronização ás normas binárias de gênero aprisionando as possibilidade de ser.


ELIENE COSTA

Voce també pode ver este texto em: http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/4542368

segunda-feira, 8 de julho de 2013

DEUSES E DEMÔNIOS

Quando pensei viver a primavera de minhas emoções, foi quando conheci os demônios dentro dos deuses, quando cada ato divinamente humano pareceu monstruosamente imerso num lamaçal de sensações pérfidas, e cruéis. O Demônio não me pareceu um ser ruim, ao contrário me oferecia todos os prazeres que possuía e ia aos poucos me trancando em seu mundo, num labirinto de trágicas doçuras. Minha LUZ interior jazia morta, mas deixou-me fortes marcas, como quando me pego dizendo: O homem que devora o monstro se torna monstro, porém o monstro  não se torna homem ao devorá-lo. Não quero agora fazer alusão à divindade em cada ser, mas se há algo de demoníaco nos seres humanos, não podemos esquecer que igualmente somos divinos, porque somos criaturas, em tese criadas por um Deus, logo filhos legítimos da Divindade, e por questões de lógica, o criador que tudo criou também é o criador de todos e cada um dos Demônios, que por sua vez não passam de nossos irmãos. Mas que como filhos legítimos de Deus, somos imediatamente expostos às sombras provavelmente pra aprendermos a refletir a luz de nosso criador. Portanto quanto maior as sombras nas quais estivermos imersos, maior será o alcance da luz que já tivermos Absorvido. Quão ínfimo pode ser um pequeno palito de fósforo, no entanto na escuridão sua tímida luz tudo clareia e transforma, embora sua existência seja curta e frágil..


Por isso quando revivo em minha alma as sensações dessa primavera de emoções, sei que estive embriagada no ódio, no rancor, na mágoa, e alimentei em meu coração esses sentimentos  e esse ressentimento cresceu tão assustadoramente mais que não havia razão pra enxergar que o amor era ainda vivo. Que o amor gotejava em meu peito e nada mais era  toda a angustia que sentia senão a necessidade e de me jogar de volta naquele que era o caminho que eu havia me programado pra viver. Não que ao negarmos o amor ele nos negue de volta, mas porque ele nos espera, nos compreende, e compreendendo-nos somos jogamos no lamaçal de culpas, por que não nos amamos o suficiente pra nos compreender, e as desculpas alimentam ainda mais o rancor, e a magoa, como um circulo vicioso, um labirinto no qual se torna cada segundo mais difícil sair.  É quando a culpa se mostra extremamente perigosa, porque é exatamente ela que nos faz esquecer que existe o perdão, esquecer que as magoas se dissipam, e nos esquecer o amor, que ainda espera, porque é a luz, a qual deveríamos, empunhar  para encontrarmos o caminho de volta, onde tudo começou e tudo há de voltar, ao Amor indubitavelmente.

sexta-feira, 14 de junho de 2013


ESTÁ ABERTO O GRUPO DE DISCUSSÕES "ÁGORA"  -  ESTILO GREGO CLÁSSICO

1ª REUNIÃO - REALIZAR-SE-HÁ NA PRAÇA DA LAGOA DA BOA VISTA EM FRENTE À ACADEMIA A CÉU ABERTO. NO DIA 22 ÀS 14:00HS.

SOBRE O NOME DO GRUPO:

Ágora (em grego a palavra é ἀγορά e se pronuncia agorá, significa assembléia, lugar de reunião, vem de ἀγείρω,reunir) era a praça principal na constituição da pólis, a cidade-Estado na Grécia da Antiguidade clássica.

domingo, 21 de abril de 2013

Educação para a Diversidade

Quando iniciei o curso: Educação para a Diversidade promovido pela UFOP, me empolguei bastante, fiquei deveras entusiasmada, afinal deus do céu, imaginei o quando seria barbaro discorer, comentar, ouvir, saborear uma tematica tão gostosa, tao rica e angrandecedora, porém, no entanto e todavia, vejo-me diante de uma situação inusitada, ao primeiro trabalho em grupo da turma, formada por professores, estudante de liçenciaturas, pedagogos, assistentes sociais, advogados, dentre outras formações, deparei-me com indagações tão primárias, e pré-conceituosas que chegam a me deprimir.

É bonito se discutir a tematica da inclusao de altistas nas escolas, das inúmeras deficiencias, visuais, auditivas, intelectuais, todo mundo vê essas diversidades de forma PIEDOSA, como se fossem todos cuitadinhos, "tadinhos" oh dó... olhar pre-conceituoso, sim, mas acolhedor.

Não quero aqui tirar a importancia que devemos dar a essas temáticas, mas me comove ver que trabalhando a diversidade em pessoas que frequentam ou frequentaram as poltronas acadêmicas, esperava que a tematica da diversidade de gênero e orientação sexual, fosse um pouco melhor vista, sem o olhar de exclusao, enojamento, que percebi.

Comove-me ver que pessoas com nivel cultural elevado pudessem ainda simplesmente nao tocar no assunto, associar depresão a homossexualidade, ainda usar o termo homossexualismo (ei, nao é uma doença, não), não imaginei ainda ouvir tantos rótulos e tantas reticencias, não imaginei ouvir tantos "eu sou contra", que que é isso, Aonde foi parar o respeito a dignidade da pessoa.

Me assutou ouvir que nao é necessário nenhuma discussão a respeito da homossexualidade porque "isso" já é comum, e que não precisa de debate, mas continuam usando termos como "viado" "sapatão", falando em nome de Deus e esbravejando contra adoções de casais homoafetivos (talvez seja melhor a criança continuar abandonada, que ter 2 pais ou 2 mães), criam a ilusão pré-concebida pelo inconsciente deles de que as crianças serão desprovidas do convivio do pai, ou da mae, dependendo do casal que a adote, mas não param pra entender a quantidade de crianças que já estao deprovidas deste convivio, dentro de seus lares, abandonadas ou em familias monoparentais, e justificam seu pré-conceito em elocupretações desta natureza.

Pra mim vivenciamos a mesma situação que vivenciaram os negros no inicio do seculo 20, quando seus filhos livres, começaram a frequentar escolas, então naquela época deveriamos ter proibdo os negros de ter filhos porque os filhos seriam vitimas de pré-conceito de nossos filhos brancos? Certamente que não, mas fazemos isso agora, tentando proibir os homossexuais de terem filhos porque seus filhos serão vitimas de pre-conceito, cerrando nossos olhos pra ver que nós é que estamos atrasando a vida e a felicidade dessas pessoas com nossas visões ultrapassadas, até porque se nao podem adotar juntas, o podem fazer separadamente, e criar juntos, independente de nossas vontades, e ainda terá nosso judiciário de lidar com essas realidades cada dia mais se impondo como reais diante de todos e cada um de nós, quer queiramos quer não.

A Ufop tenta tratar a temática da forma mais engrandecedora que ja ouvi, estou amando o curso, e espero que ao longo dele esses 45 colegas tenham entendido que devemos parar de ver as pessoas de orientação sexual diversa da nossa como zebras laranjas de listras verdes, mesmo porque há algo de neon em todos nós que nos diverge dos outros, por isso respeitar a diversidade é respeitar a individualidade, e estamos aqui pra incluir os excluidos e não o contrário.

quinta-feira, 21 de março de 2013

50 tons de mediocridade

O que dizer de 50 tons? Ora poderia começar tentando "chutar cachorro morto", mas não nada além de "mais do mesmo", Obviamente que ao ler o 1º livro da trilogia também o achei prolixo e exacerbado, pra não dizer medíocre, esperava algo melhor, mas não será por isso que deixarei de dar créditos á autora, ora ela criou  uma fórmula de sucesso que cem sendo copiada a torto e a direito após si, Muito embora o contexto menina-virgem-pura, apaixonada por homem-rico-safado-cafajeste, seja rebuscado e o acréscimo das cenas erótico-sadistas chamassem a atenção, devo voltar a questão do texto prolixo, afinal as mais de 500 páginas contam uma historia que caberia com folga e alguns detalhes em 100 a 150 páginas, bem escritas, o que tornavam as cenas eróticas repetitivas, cansativas e previsíveis.
 
Ainda assim 50 tons traziam uma historia interessante, de conteúdo psicológico, voltado pro mistério, de porque o protagonista não podia ser tocado no peito, e a busca por decifrar esse mistério ou o momento em que a menina-virgem-pura o seduzisse, acabava tornando as 500 páginas suportáveis.
 
Mas valha-me Deus a história não termina no 1º livro e o mistério emergente na primeira edição, é repassado para o segundo livro, bom a partir daí torna-se ainda mais difícil que um leitor queira se arriscar a mais 500 páginas pra descobrir algo que não se explicou em outras mais de 500, isso sem contar que as cenas iniciais de sexo inusitado se tornam comuns e os leitores habituados á narrativa.

Fato é que gostando ou não de 50 tons para falar de algo é preciso conhecer, logo: Por isso e somente por isso, valeu a pena ter lido.

E AI GESTOR?

 Quando se é passional profissionalmente as chances de sofrer um enfarte são bem maiores, e se multiplicam quando se trata de um funcionário público, onde aliado à falta de condições de trabalho acrescenta-se a ingerência de pessoas sem noção de gestão pública, e muitas vezes sem competência técnica necessária ao exercício da função.

A passionalidade drena a energia facilitando o surgimento de síndromes como Bournot e transtornos de humor ansiosos e depressivos, em outras palavras o serviço publico atualmente tornou-se uma fábrica de doentes funcionais. Fato é que mudanças simples no ambiente de trabalho e reuniões e diálogos coma chefia, poderiam contribuir para a mudança desse quadro.

Muitos desses servidores são apaixonados pelo que fazem e não se vêm fazendo outra coisa, mas precisam TER VOZ, precisam sentir  que tem importância para a Gestão. Afinal é a base que sustenta a pirâmide. Muitas vezes até ouvem elogios, porém elogios não são reconhecimento. Sentir que se faz parte do sucesso e ser chamado a colher seus louros pode significar muito mais que uma boa Gestão, mas também garantia de Novos Sucessos e de uma Equipe enérgica, estimulada e pronta para novos desafios.